domingo, 26 de abril de 2015

Sem pão (e vinho) não há liberdade. Jantar 25 de Abril


 Cravos da liberdade!
Parafusinho apresenta... Aromas de Abril
Asun recebe o prémio à maior colaboradora da noite!
Grândola Vila Morena...


Até o próximo ano... 25 de Abril sempre!





quarta-feira, 8 de abril de 2015

A propósito de Manoel de Oliveira

Vou para Casa



Com o tempo, o porto de Manoel de Oliveira passou a ser o mundo. Os limites da cidade não são os limites da sua obra. Partiu. Agora, como nunca, jamais saberemos por onde anda, nem para onde foi. Mas poderemos sempre recordar o título de um dos seus filmes mais amados: Vou para Casa. 

O tempo é uma passagem de tempos. Morreu. As palavras podem ser cruéis. Partiu. Os sentimentos podem ser contraditórios. Acabou. Nasceu uma ausência. Floresce a partir de agora uma saudade. Constrói-se um vazio triste. Combate-o a alegria da hipótese do outro lado do espelho. O da esperança, o da certeza da impossibilidade da morte, da impossibilidade da partida, da impossibilidade da ausência. Há pessoas para quem a morte não será nunca uma passagem. Não se afastam. Não desaparecem. Não se apagam da memória. Não há futuro sem o presente que representam e o passado que souberam construir. Manoel de Oliveira deu esta quinta-feira o último suspiro. Tinha 106 anos. O seu tempo é um tempo de todos os tempos. 

Expresso 2 abril 2015