quinta-feira, 4 de maio de 2017

Sangre Ibérico: Ibéria sem fronteiras


Sangre Ibérico: Ibéria sem fronteiras


Por Raquel Martín-Garay

André Amaro (voz e guitarra), Alexandre Pereira (“cajón”), Paulo Maia (guitarra espanhola). Uma voz ibérica, de Aldeia do Bispo; uma caixa flamenca, de Vila Franca de Xira, um especialista em guitarra espanhola, de Setúbal, a passar por Barcelona.
Fortemente influenciados pelo flamenco e pelo fado, estes rapazes não podiam ser mais ibéricos. Unem os dois paises numa transformação de fados e de música tradicional portuguesa em rumbas flamencas.
Declaram-se fervorosos admiradores de Mariza e Diego El Cigala; de António Zambujo e Niña Pastori; de Cuca Roseta e Miguel Poveda. Esta mistura explica o ecleticismo no qual por enquanto querem mergulhar, e que se traduz em que se reconheçam também admiradores de Ana Moura e Roberto Carlos, entre outros muitos célebres artistas.
De uma “sangre” a um outro sangue, mas sempre, ibéricos!
Em poucos meses, trocaram o anonimato por desfrutar da experiência de tocar com Cuca Roseta ou Mariza.
Por enquanto, o que conhecemos deles é cantado em Português, mas, com o castelhano perfeito de André, certeza que haverá surpresas interessantes. Segundo me contaram, estão a preparar um disco que estará pronto nas próximas semanas e do qual “Cavalgada” é o seu primeiro single. 
Cavalgada
Trata-se de uma versão da canção do mesmo título de Roberto Carlos, cujos autores são Roberto Carlos e Erasmo Carlos. Nela podemos apreciar o protagonismo que esta banda deseja otorgar à guitarra espanhola e o seu ar “rumbeiro”. Assim também apreziamos nela a rouquidão fabulosa da voz de André, a garganta da banda. 
Meu Fado Meu
Afamada canção da Mariza, composta por Paulo de Carvalho, uma das figuras importantes da música portuguesa, já com muitos anos de carreira e com a particiapção em inúmeros projetos.
Esta foi a escolha dos Sangre Ibérico para participar no talent show Got Talent Portugal e com o qual conseguiram logo chamar a atenção da Mariza que era parte do júri. Foi assim que conseguiram cantar com ela.
Canção esta Meu Fado Meu significativa dentro da bagagem musical portuguesa nestes últimos anos. Serva como exemplo a interpretação dela feita pela Orquestra Nacional de España no dia 12 de junho de 2010 no Auditório Nacional da Música de Madrid como peça dentro do Concerto Comemorativo do 25 aniversário da adesão de España e Portugal à Comunidade Europea. Neste dia, foi cantada entre Mariza e o “cantaor” espanhol Miguel Poveda. Ambos artistas já colaboraram em 2007 no filme 'Fados' de Carlos Saura. De facto, estes dois imensos artistas juntaram-se pela primeira vez neste filme a petição do realizador.
Felizmente, estão a crescer as colaborações hispano-lusas nos últimos tempos. Circunstância que não faz mais que confirmar que é muito mais aquilo que nos une como povo que o que já percebemos ao longo de muitos anos e séculos.
É sempre assim...ente vinho tinto e gin!
Os Sangre Ibérico aparecem no álbum “Improvável” de José Gonçalvez junto com ele e o magnífico especialista em guitarra portuguesa Ângelo Freire. Conseguem uma canção fresca e muito “rumbeira”.

Apresentação dos Sangre Ibérico no programa Histórias da Música Portuguesa da Rádio Universidade de Salamanca






“Quando vimos ao Got Talent Espanha sentimo-nos muito acarinhados”

Sangre Ibérico estão a dar mesmo muitos concertos nestes últimos meses desde que apareceram no Got Talent Portugal em finais do ano passado e foram depois convidados para o Got Talent Espanha, onde, segundo eles afirmam“fomos muito acarinhados”.

Estes concertos estão a desenvolver-se pelo território portugués fora, mas também na França, onde já tocaram várias vezes. Não assim em Espanha, o seu seguinte e precioso desafio. Tem todo o sentido que estes rapazes venham a España, que venham a Salamanca!